Cem anos de "Gonzagão" - O Nordeste Agradece
Luís Gonzaga do
Nascimento nasceu numa sexta-feira no dia 13 de
dezembro de 1912,
numa casa de paua-a-pique na Fazenda
Caiçara, povoado do Araripe, a 12 km de Exu
(extremo oeste do Estado de Pernambuco, a 700Km da capital Recife), segundo
filho de Ana Batista de Jesus (‘Mãe Santana’) e oitavo de Januário José dos
Santos. O Padre José Fernandes de Medeiros o batizou na matriz de Exu em 5 de
janeiro de 1913. Antes
dos dezoito anos Luiz teve sua primeira paixão: Nazarena, uma moça da região.
Foi rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que o ameaçõu de morte, com medo, Luiz Gonzaga entra para o exercito de Crato.
Em Juiz de
Fora, MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e
conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista.
A partir daí começou a se interessar pela área musical.
Em
1939, deu baixa do exército na cidade do Rio de Janeiro: Estava decidido a
se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar nas áreas de
prostituição da cidade. No início da carreira, apenas solava acordeão em choros, sambas, foxtrotes e
outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas
estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros.
Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata.
Até que, em 1941, no
programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe,
com sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a
gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Vira e
mexe foi a primeira música que gravou em disco.
apresentar-se
vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril
de 1945, gravou sua
primeira música
como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança
Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.
Em 1946 voltou pela
primeira vez a Exu (Pernambuco), e reencontroou seus pais, Januário e Santana,
que havia anos não sabiam nada sobre o filho e sofreram muito esse tempo todo.
O reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário,
em parceria com Humberto Teixeira.
Em 1948, casou-se com a
pernambucana Helena Cavalcanti, professora que se tornara sua secretária
particular, e por quem se apaixonou. O casal permaneceu até o fim da vida de
Luís. Não tiveram filhos biológicos, por Helena não poder engravidar, mas
adotaram uma menina, a quem batizaram de Rosa. Nesse mesmo ano Léia morreu de tuberculose,
para desespero de Luís. O filho deles, apelidado de Gonzaguinha, ficou órfão
com 2 anos e meio. Luís queria levar o menino para morar com ele e Helena, e
pediu para a mulher criá-lo como se fosse dela, mas Helena não aceitou,
juntamente com sua mãe, Marieta, que achava aquilo um absurdo, já que nem filho
verdadeiro de Luís era. Luís não viu saída: entregou o filho para os padrinhos
da criança, Leopoldina e Henrique Xavier Pinheiro, criarem-no no Morro do São
Carlos. Luís sempre visitava a criança e a sustentava financeiramente. Xavier o
considerava filho de verdade e lhe ensinava viola, e o menino teve em Dina uma
mãe.
Luís
Gonzaga sofria de osteoporose havia alguns anos. Morreu vítima de parada
cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana
Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte (a contragosto de Gonzaguinha,
que pediu que o corpo fosse levado o mais rápido possível para Exu, irritando
várias pessoas que iriam ao velório e tornando Gonzaguinha "persona non
grata" em Juazeiro do Norte) e posteriormente sepultado em seu município
natal.
Era maçom e é o
compositor, juntamente com Orlando Silveira, da música "Acácia
Amarela". Foi iniciado na Loja Paranapuan, Ilha do Governador, em 3 de abril
de 1971.
Em 2012,
foi tema do carnaval da GRES Unidos
da Tijuca, com o enredo "O dia em que toda a realeza desembarcou na
avenida para coroar o Rei Luís do sertão", fazendo com que a escola
ganhasse o carnaval deste respectivo ano.
Admirado
por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto
Gil, Raul
Seixas, Caetano Veloso, entre outros, o genial
instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias, ganhou
notoriedade com as antológicas canções "Baião" (1946), "Asa Branca"
(1947), "Siridó" (1948), "Juazeiro" (1948), "Qui Nem
Jiló" (1949) e "Baião de Dois" (1950).
Em
2012, o filme de Breno Silveira Gonzaga, De Pai Pra Filho, narrando
a relação conturbada de Luís com o filho Gonzaguinha, em três semanas de
exibição já alcançara a marca de 1 milhão de espectadores.
Hoje Nosso Grande Gonzagão completa 100 anos de muita historia e saudades
de todos os nordestinos. Obrigado Gonzagão por levar tão longe o Nordeste.
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